Como falar o que precisa ser dito de uma forma autêntica, assertiva e eficaz? Essas e outras habilidades estão sendo desenvolvidas no curso básico de Comunicação Não Violenta (CNV), promovido pelo Núcleo de Práticas Restaurativas do Ministério Público do Amapá (MP-AP), com a mediação do especialista Sven Fröhlich. A capacitação, que está sendo realizada na Procuradoria-Geral de Justiça, iniciou no último dia 11 e o primeiro módulo encerrou nesta sexta-feira (14).
O formador Sven Fröhlich é facilitador internacional de Comunicação Não Violenta, comunicação intercultural e mediação de conflitos há 20 anos; co-fundador da empresa Diálogos Corajosos. Na Alemanha, foram seus clientes o Exército alemão e o Governo da Bavária. No Brasil, multiplicou a CNV para mais de 6 mil pessoas, além de trabalhar para empresas, prefeituras, tribunais, Ministérios Públicos e outras organizações.
Sven esclarece que ao longo do curso todos terão a oportunidade de descobrir como conduzir conversas difíceis, de maneira construtiva; criar um clima de cooperação, valorização e confiança com diálogos empáticos; não se ofender com as críticas recebidas; falar sua verdade sem querer machucar o outro; ter mais segurança para lidar com pessoas difíceis, raivosas ou desafiadoras; sair do piloto automático, da reatividade; escutar empaticamente, além das palavras; autogerenciamento em situações de estresse e falar e receber um “não” com tranquilidade.
O criador desse processo é o psicólogo estadunidense Doutor Marshall Rosenberg, que tendo crescido em um bairro turbulento de Detroit, se interessou por novas formas de comunicação para criar alternativas pacíficas de diálogo que amenizassem o clima de violência com o qual conviveu. A técnica foi o resultado de sua especialização em psicologia social, de seus estudos de religião comparada e de suas vivências pessoais. Seu livro, Comunicação Não-Violenta – Técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais - Editora Ágora, 2006, virou um best-seller internacional.
A coordenadora do Núcleo de Mediação de Conflitos e Práticas Restaurativas do MP-AP, promotora de Justiça Silvia Canela, acrescentou que os participantes vivenciam um processo transformador no modo de se comunicar. “São técnicas que nos ajudam, dentre outras coisas, a escutar além das palavras na hora do conflito; a lidar com as emoções desafiadoras para conseguirmos conversar e fazer escolhas com mais clareza, e conhecer um caminho para construir relações de confiança, por meio de uma linguagem que aumenta a disposição para cooperação e apoio mútuo”.
Lidiane Almeida, integrante do Núcleo, falou do quanto o curso tem sido enriquecedor. “É uma possibilidade da gente se olhar por dentro e perceber os sentimentos que temos por trás das reações diante dos fatos. Identificar nossos sentimentos e necessidades faz toda a diferença para um mundo sem violência”.
Para o servidor da Promotoria de Justiça de Calçoene, Josias Júnior, os ensinamentos repassados neste primeiro momento da capacitação foram muito válidos. “O curso foi super edificante. É uma nova forma de ver o próximo e analisar o nosso trato com toda e qualquer pessoa que a gente tenha contato. Melhora muito a convivência e tenho todo o interesse em continuar me qualificando nessa área”, manifestou.
Dominar técnicas de comunicação não violenta pode ser o caminho para superar os níveis de desengajamento nas organizações, que geralmente ocorrem devido à falta de reconhecimento e necessidade das pessoas serem ouvidas; pela ausência de uma comunicação aberta e franca, de um interesse sincero pelos problemas do outro, e devido o pouco diálogo entre colegas de trabalho e seus líderes.
Participaram ainda do curso a procuradora de Justiça Judith Teles, coordenadora-geral do CAOP da Infância, Juventude e Educação; a promotora de Justiça Socorro Pelaes, titular da Promotoria de Execuções Penais; juízas de Direito Larissa Noronha, Eliana Pingarilho, Michele Farias e Carlinne Regina de Negreiros; servidores do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (IAPEN); colaboradores e voluntários do Núcleo de Práticas Restaurativas do MP-AP e servidores de diversas Promotorias de Justiça.
No Módulo 1 foram abordados os seguintes temas:
• Obstáculos na comunicação, reações possíveis a uma crítica;
• O poder da escuta empática;
• A expressão autêntica - os quatro componentes da CNV;
• Tirar o filtro mental - observar sem avaliar;
• Clareza na comunicação - distinguir sentimentos e pensamentos;
• Ampliar possibilidades de escolha - distinguir necessidades e estratégias;
• Linguagem de ações positivas - a arte de pedir
SERVIÇO:
Ana Girlene
Assessoria de Comunicação do MP-AP
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